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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O menino Jesus na infância e seus milagres

          O menino Jesus na infância e seus milagres



Já durante a infância Jesus realizava milagres, inclusive ressuscitou um menino. Curou muitos já em sua infância, como provam os evangelhos ditos apócrifos:
Segundo o Evangelho Apócrifo de Pedro:

XI. A Cura do Menino Endemoninhado

O filho do sacerdote, acometido do mal que o afligia, entrou no albergue insultando José e Maria, já que os outros hóspedes haviam fugido. Como Maria havia lavado as fraldas do Senhor Jesus e as estendera sobre umas madeiras, o menino possuído pegou uma das fraldas e colocou-a sobre sua cabeça. Imediatamente os demônios fugiram, saindo pela boca, e foram vistos sob a forma de corvos e serpentes. O menino foi curado instantaneamente pelo poder de Jesus Cristo e se pôs a louvar o Senhor que o havia libertado e rendeu-lhe mil ações de graça.
Quando seu pai viu que ele havia recobrado a saúde, exclamou, admirado:

   Meu filho, mas o que te aconteceu e como foste tu curado?"

O filho respondeu:

   No momento em que me atormentavam, eu entrei na hospedaria e lá encontrei uma mulher de grande beleza, que estava com uma criança. Ela estendia sobre umas madeiras as fraldas que acabara de lavar. Eu peguei uma delas e coloquei-la sobre minha cabeça e os demônios fugiram imediatamente e me abandonaram.

O pai, cheio de alegria, exclamou:

Meu filho, é possível que essa criança seja o Filho do Deus vivo que criou o céu e a terra e, assim que passou por nós, o ídolo partiu-se, os simulacros de todos os nossos deuses caíram e uma força superior à deles destruiu-os.”

XXVII. A Peste em Belém

Quando chegaram a Belém, havia uma proliferação de doenças graves e difíceis de serem curadas, que atacavam os olhos das crianças e lhes causavam a morte. Uma mulher, que tinha um filho atacado por esse mal, levou-o a Maria e encontrou-a banhando o Senhor Jesus.
A mulher disse-lhe:
  Maria, vê meu filho que sofre cruelmente.
Maria, ouvindo-a, disse-lhe:
  Pegue um pouco desta água com a qual eu lavei meu filho e espalha-a sobre o teu.
A mulher fez como lhe havia recomendado Maria e seu filho, depois de uma forte agitação, adormeceu. Quando acordou, estava completamente curado.

A mulher, cheia de alegria, foi até Maria, que lhe disse:
  Rende graças a Deus por ele haver curado o teu filho.”

Assim muitos possuídos por espíritos ruins foram curados, leprosos, endemoninhados, mudos, etc. O poder do Salvador já se manifestava em atos simples, e mesmo uma água que o tocasse já servia de remédio para curas, usada por Maria em pessoas que esse podia auxiliar de algum modo.
Noutra ocasião, ainda menino, brincando com barro, vivificou um pássaro a partir deste, de forma que saiu voando.
Conforme Evangelho Apócrifo de Pedro:

XLVI. Brincando com o Barro

Um dia, o Senhor Jesus estava na beira do rio com outras crianças. Haviam cavado pequenas valas para fazer escorrer a água, formando assim pequenas poças. O Senhor Jesus havia feito doze passarinhos de barro e os havia colocado ao redor da água, três de cada lado. Era um dia de Sabbath e o filho de Hanon, o Judeu, veio e vendo-os assim entretidos, disse-lhes:
  Como podeis, em um dia de Sabbath, fazer figuras com lama?
Ele se pôs, então, a destruir tudo. Quando o Senhor Jesus estendeu as mãos sobre os pássaros que havia moldado, eles saíram voando e cantando. Em seguida, o filho de Hanon, o Judeu, aproximou-se da poça cavada por Jesus para destruí-la, mas a água desapareceu e o Senhor Jesus disse-lhe:
  Vê como está água secou? Assim será a tua vida.
E a criança secou”.

Também ressuscitou um pássaro em outro momento. Na verdade, deve ele ter ressuscitado diversas crianças durante a sua infância, bem como amaldiçoado as que lhe provocavam, despertando o medo das pessoas, que o chamavam de feiticeiro, impropriamente. Até mesmo no Egito ele se encontrou, o que é confirmado por Mateus. A historicidade desse fato pode ter inspirado as referências talmúdicas à permanência de Jesus no Egito”(Dicionário de Jesus e dos Evangelhos).
Conforme Pedro em um relato de ressurreição:

XLIV. O Menino que Caiu e Morreu

Um dia, o Senhor Jesus estava brincando com outras crianças em cima de um telhado e uma delas caiu e morreu na hora. As outras fugiram e o Senhor Jesus ficou sozinho em cima do telhado. Então os pais do morto chegaram e disseram ao Senhor Jesus:

Foste tu que empurraste nosso filho do alto telhado.
Como ele negasse, eles repetiram mais alto:
Nosso filho morreu e eis aqui quem o matou.
O Senhor Jesus respondeu:
Não me acuseis de um crime do qual não tendes nenhuma prova. Perguntemos, porém, à própria criança o que aconteceu.
O Senhor Jesus desceu, colocou-se perto da cabeça do morto e disse-lhe em voz alta:
Zeinon, Zeinon, quem foi que te empurrou do alto do telhado?
O morto respondeu:
Senhor, não foste tu a causa da minha queda, mas foi o terror que me fez cair.
O Senhor recomendou aos presentes que prestassem atenção a essas palavras e todos eles louvaram a Deus por este milagre”.
E ainda um relato de maldição, comparável ao da figueira:

XLVII. Uma Morte Repentina

Certa noite, o Senhor Jesus voltava para casa com José, quando uma criança passou correndo na sua frente e deu-lhe um golpe tão violente que o Senhor Jesus quase caiu. Ele disse a essa criança:

  Assim como tu me empurraste, cai e não levantes mais.

No mesmo instante, a criança caiu no chão e morreu”.

Sobre os apócrifos alguns criticam, mas meu amigo Minikovsky é a favor de que sejam inclusos na Bíblia, conforme Summa Philosophica: “Tese de n° 05.427: Diria até mesmo que além desta Bíblia da Igreja Católica Apostólica Romana com seus 73 livros, uma editora valente e corajosa deveria publicar a Bíblia tradicional acrescida de todos os apócrifos  possíveis e imagináveis, em 2000 anos de cristianismo quem foi que teve coragem?!”. Deste modo fica a crítica da crítica, uma vez que os evangelhos canônicos também foram escolhidos com um critério não tanto científico se comparado as nossas técnicas atuais. Até os escritos de Nag Hamadi, do Mar Morto são mais verídicos do que aqueles que forma escolhidos pela Igreja Católica. Não podem outros assim dogmatizar sobre o que é inspirado pelo Espírito Santo e o que não é. Resta a fé e a inspiração para revelar a verdade, e sobre relatos da infância, é certo que Jesus teve infância, e que alguém deve ter testemunho de sua vida nesse período.
Mas com treze anos Jesus estava sendo testado. Os rabinos perguntavam a ele a respeito da Lei e ele os respondia com propriedade. Ele estava na casa do Pai. A nossa casa é o nosso corpo, templo vivo, do Espírito Santo. Tornemos sagrada a nossa casa, o nosso templo. Precisamos nos perder, para nos encontrar (como o filho pródigo da parábola). É o autoconhecimento que nos leva a verdade. É o deserto que devemos enfrentar por quarenta dias (XXXX). A infância de Cristo demonstra que ele foi profetizado, que estava em sua missão cósmica. Curar e ressuscitar faria parte de sua vida no futuro, bem como operar os exorcismos. Ele foi a Palavra viva de seu palavra viva entre os homens, o filho do homem (iniciado/adepto), iluminado e quem deve se fazer criança é o homem para estar em sua presença.


César Vidal Manzanares - Dicionário de Jesus e dos Evangelhos
Cléverson Israel Minikovsky - Summa Philosophica
Evangelho Apócrifo de Pedro
As Doutrinas Secretas de Jesus - Harvey Spencer Lewis 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Nascimento místico de Jesus

Nascimento místico de Jesus



“E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar”. “Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias” (Mat. 2:13-17)


O Cristo foi encarnado do Espírito Santo e da Maria. Ele renasce como a vida renasce. Nasceu da mulher celestial, da eterna virgem e mãe natureza. Segundo meu amigo Minikovsky: “Tese de n° 08.983: Os romanos adoravam o deus Sol em 25 de dezembro, data a que se atribui o nascimento de Jesus Cristo por ser considerado a ‘Luz do Mundo’” e “Tese de n° 04.760: Deus encarnou-se numa figura estrondosamente masculina, Cristo Jesus, mas prestigiou as mulheres ao escolher ser gestado no ventre de Maria, Mãe d’Ele e Nossa Mãe”. (Summa Philosophica). Assim o Paráclito nasce no nosso coração, ou seja, quando há pureza em nosso coração. O amor aí se torna a lei. O Filho do Homem nasce em todo aquele que tem fé e renasce em si mesmo, se regenera.
Outrossim, também temos de renascer, como o Sol na aurora. O Cristo é a estrela da manhã. Uma vez que ele nasce no coração do homem, ou seja, é Cristo Interno, e o mistério está completo. Esse mesmo Senhor que está em todo o lugar, em todas as coisas. É o Logos com que foi criada a Criação, em que emanou a existência. Nasceu em Adão e renasceu com o Novo Adão. Nascerá assim, com o Novo Homem, o homem cristificado. É o modelo novo da humanidade. Nasce sobre o brilho da estrela mágica, pentagonal. Os três magos trouxeram presentes espirituais. Cristo renasce infinitamente. A natureza o vê renascido em cada solstício de inverno, sacrificando-se pela natureza e vida do mundo. Provavelmente nasceu numa capela em formato de hospital, em ritual específico, pois já era anunciado. Os essênios eram místicos, vestiam-se geralmente de branco e muitos não se casavam. Também se deve lembra que nasceu o filho do homem no solstício de inverno, vencendo as trevas na origem, influenciado pelo signo de capricórnio. “Na noite entre 24 e 25 de dezembro, o Sol, tendo começado a elevar-se vagarosamente em direção ao Equador da Terra, o signo zodiacal de Virgo, a Imaculada Virgem celestial, está no horizonte leste em toda latitude norte (pouco antes da meia-noite)” (Cristo Cósmico e Oculto). Muitos mestres teriam nascido de virgens, como Hórus, Krishna, Buda, Zoroastro etc. A data também é especial, mesmo se atribuída.
E a mãe pura o acolheu no bendito ventre. Segundo a GFB: “Toda grande alma que veio ao mundo para viver uma vida de sublime santidade, como a que se exige para a Iniciação Mística Cristã, renasceu através de pais de imaculada virgindade, que não estavam dominados pela paixão durante o ato gerador. 'O homem não colhe uvas dos abrolhos'. É uma verdade axiomática que o semelhante atrai o semelhante, e antes que qualquer um se torne um Salvador, deverá ser puro e sem pecado” e “O 'nascimento místico' de um 'construtor' é um acontecimento cósmico de grande importância” (Cristo Cósmico e Oculto). Tal construtor (tekton em grego) é o Grande Arquiteto Yeshuah, Jesus, como atestam os Martinistas. Ainda, ensinou Irene Gomez de Ruggiero: “Cada um de nós é um Cristo em embrião, e algum dia passaremos pelo nascimento místico e pela morte mística, anunciados nos Evangelhos. Algumas vezes, teremos caracteres tão imaculados que seremos credores de habitar corpos concebidos imaculadamente; e quanto mais depressa purificarmos nossas mentes, tanto mais cedo alcançaremos nossa realização. Para finalizar, isto depende unicamente da honradez de propósitos e de nossa força de Vontade” (Símbolos Bíblicos a Luz da Filosofia Rosacruz). O nascimento místico do Grande Arquiteto é a manutenção de nossa vida física e espiritual, e deveríamos ser filhos imaculados desse princípio.
E a cidade onde nasceu é naturalmente um monte, lembrando o das Oliveiras e ainda onde recebeu Moisés a Lei. Segundo teólogos, Belém era “Cidade a 777 metros de altitude. Seu nome em hebraico significa casa do pão. Situa-se a 10 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Possui cerca de 12000 habitantes. Nos tempos de Jesus, a cidade de Belém pertencia à região da Judéia. A cidade fica no alto de uma colina – fortaleza natural”. (Introdução a Teologia – Geografia Bíblica). Também Davi teria nascido em Belém. Miquéias profetizou que o messias nasceria em Belém. Na “casa de pão” teria nascido o verdadeiro pão do céu. 
É também o peixe, revelando a Era/Aeon dos tempos que estava inserido. Diferentemente do festival das fadas do verão, no inverno se busca mais a introspecção e espiritualidade, campos propícios para que o Cristo Cósmico e interno venha sempre a nascer dentro de nós. Renasce na ressurreição, todo o ano.  O Cristo assim nasce em nosso coração, no seio de nossa alma, de nosso amor espiritual. Mesmo disse João Paulo II: “José, pelo que sabemos do Evangelho, é homem de ação. E homem de trabalho. O Evangelho não conservou palavra alguma sua. Descreveu-lhe porém as ações: ações simples, quotidianas, que têm ao mesmo tempo significado límpido no que respeita ao cumprimento da Promessa divina na história do homem; obras cheias de profundidade espiritual e de simplicidade amadurecida” (Catequeses de João Paulo II). Também deve o homem em Cristo superar a serpente descendente (a sexualidade não casta), fazendo com que a energia não mais desça as trevas (pisando na cabeça), mas que suba através da cruz do corpo (como havia feito Moisés para livrar-se do veneno das serpentes e representa a mulher no Apocalipse), a fim de renascer ressuscitando para sempre na rosa. Como o Sol que renasce no oriente, o Cristo também ressurge simbolicamente todos os dias a fim de nos lembrar sobre a vida. Não a vida de um ou de outro, mas a origem da vida, pelo Verbo que era Deus, que fez tudo nascer.


Fontes

Summa Philosophica – Cléverson Israel Minikovsky
Crítica das Crenças – Mariano Soltys
Cristo Cósmico e Oculto – GFB, em site www.infolink.com.br/ssg/
As Doutrinas Secretas de Jesus - Harvey Spencer Lewis 
Símbolos Bíblicos a Luz da Filosofia Rosacruz – Irene Gomez de Ruggiero
Yeoschuah - Grande Arquiteto do Universo dentro da tradição Martinista – artigo em  www.sca.org.br
Catequeses proferidas pelo Papa João Paulo II – Teologia do corpo
Faculdade de Educação Teológica Fama -  Curso Livre de Teologia - Introdução a Teologia/Geografia Bíblica